domingo, 27 de maio de 2018

Entrevist West Side Blues



Uma das coisas que eu mais gosto de fazer é pesquisar nas redes sociais bandas que me instigue a ouvir o seu trabalho, conhecer sua trajetória e que na maioria das vezes termina em entrevistas como essa que vocês irão ler. Conhecer o trabalho do West Side Blues foi um caso de empatia instantânea depois de ver um clipe deles. Foi o bastante para entrar em contato com os caras que foram super bacanas em responder as perguntas. É blues rock na veia!!

2112. Essa pergunta é um tanto previsível, mas não tem como não fazer... Como surgiu a West Side Blues?  

Alexandre Leite. Inicialmente, é um prazer falar com vocês! Então, basicamente nossa história começou no momento em que o Marcelo Venturini (Baterista) me adicionou no Facebook (de forma bem aleatória, e sem nenhum contato em comum), e numa breve conversa encontramos uma similaridade: dois músicos inoperantes por conta das obrigações da vida, porém muito incomodados com tal situação. Em pouco tempo de conversa, surgiu minha proposta de um projeto voltado para cover e releituras de clássicos do Blues e Classic Rock. Mas a ideia era ser aquela coisa de final de semana, com talvez um show a cada “milênio”, sabe?! Era algo bem informal, e não havia uma premissa de tornar a coisa séria. Para o baixo, fiz um convite para meu grande amigo Bruno Cavalcanti, com quem já havia tocado no Teenager Hookers (banda de Punk Rock dos anos 2000) e que sempre reclamava que não aguentava mais tocar e carregar suas peças de bateria para todos os lados. Após relutar um pouco, acabou se interessando também pela proposta e aceitou o chamado. Finalmente, após um anúncio em uma página do Facebook, alguns guitarristas se interessaram e fizeram contato comigo. Em especial, dois chamaram muito minha atenção: o Victor Castro (Professor de Guitarra, o qual basicamente já havia tocado como guitarra solo de tributos a Symphony X, Dr. Sin, Angra. Ou seja, um monstro); e o Pedro (um rapaz de 17 anos que tinha Jimi Hendrix e Stevie Ray Vaughan incorporados nele). Em razão de incompatibilidade de horários para ensaios, não fechamos a parceria com o Victor, iniciando o projeto com o Pedro, onde nosso primeiro ensaio foi realizado em 04/03/2017 (nossa, não faz nem um ano). Infelizmente a agenda do pessoal começou a não casar com a do Pedro, e optamos por convidar novamente o Victor, onde chegamos num acordo em relação aos horários e dias de ensaio (leia-se somente às Quintas, de 21 as 23 hahaha). Enfim, em 21/09/2017 surgiu a formação atual e oficial.

2112. É difícil manter uma banda num cenário cada vez mais poluído de porcarias, mas que ainda sim são vistas como música?   

Alexandre Leite. Sinceramente, eu ainda vejo espaço para quem trabalha duro, e alinha isto à qualidade de suas interpretações. Nossa intenção não é fazer parte do mainstream, mas sim possuir alguma relevância dentro do cenário do Blues Carioca, e quem sabe um dia no Cenário Nacional (why not?).

2112. Há muito espaços aí no Rio para bandas como vocês?   

Alexandre Leite. No Rio inúmeros Bares e Pubs já possuem esta cultura de valorizar o Blues, Jazz e Rock. Um fator bem interessante também é o surgimento de Festivais com este viés, o que gera um grande incentivo para as bandas que estão iniciando no circuito. Na verdade, espaços existem, mas sinto uma certa dificuldade e relutância na aceitação de bandas e artistas iniciantes como nós (quando digo iniciantes, falo em relação ao peso que os mesmos têm frente a galera mais rodada e conhecida no cenário). Não chamo nem de “panela”, até porque os contratantes precisam de receita e público para consumir seus produtos, e obviamente um artista/banda iniciante não trará de imediato este retorno. Mas é algo que claramente dificulta a inserção destes na cena.

2112. O lema da banda é unir: “a sinceridade do Blues e a agressividade do Rock´n’ Roll lado a lado”. Assim como muitas outras bandas vocês estão à procura de uma identidade própria. É complicado ouvir, ser influenciado, mas não ser contaminado em sua essência?      

Alexandre Leite. Não vou mentir, às vezes rola um conflito pessoal de ideias para qual caminho seguir, pois ambos os estilos são nossa paixão e merecem nossa homenagem. Porém, posso dizer que hoje somos muito mais uma banda de Blues/Blues-Rock do que uma banda de Classic Rock. Mesmo assim, a ideia é que consigamos contrabalancear os estilos em função de cada evento em que participemos.

2112. Meu primeiro entrevistado foi a Igor Prado Band que se utiliza não só do blues, mas também do rock, do soul, do rhythm and blues, do jazz, do boogie... o que dá a eles total liberdade de criação seja na hora de compor ou mesmo de tocar. Pergunto, quais são as influências da banda?

Alexandre Leite. Nossas influências são diversas. Eu, por exemplo, cresci ouvindo Punk Rock/ Hardcore e Metal, e atualmente estou viciado e me aprofundando cada vez mais no mundo do Blues, Jazz e R&B. O Marcelo (Batera) tem um sonho de tocar em algum tributo ao Vitória Régia (Banda do saudoso Tim Mai!), e possui um gosto musical bem variado também. O Victor é um Guitarrista profissional, e vem buscando aprimorar seu lado SRV; mesmo assim, confessou que as músicas mais tocadas do seu Spotify foi algo do Bruno Mars e da Ariana Grande. Por fim, o Bruno é baterista da Miss Hell, uma banda de Stone Rock, e sempre foi influenciado pelas mesmas coisas que eu. Enfim, acredito que esta diversidade de referências/ influências impacta diretamente (e de forma positiva) em nosso lado artístico, exatamente por nos possibilitar aplicar elementos com a nossa cara nas apresentações, mesmo se tratando de covers. 

2112. A banda por ser nova no cenário faz apenas releituras de grandes nomes do rock e do blues, certo? Mas existe projeto de criar material autoral?    

Alexandre Leite. Há um mês atrás não tínhamos nenhuma intenção de produzir algo próprio. Mas como sempre uma coisa leva a outra, há alguns dias venho trabalhando numa letra e sua melodia, e tenho a intenção real de ter nosso primeiro single próprio. Quem sabe produzir não vire rotina e enveredemos para uma banda autoral? O tempo dirá.

2112. O que mais conta na hora de tocar: a técnica, o feeling ou ambas precisam andar lado a lado?   

Alexandre Leite. Com certeza o artista que sabe conciliar os dois fatores é aquele que se sobressai. Imagine você na plateia, vendo um artista ainda mais de Blues, extremamente virtuoso e competente, porém com uma presença de palco similar à de um poste? É para pedir a conta e sair do local! Sobre o fator técnico também não tenho nem o que falar. Eu chego a ser insuportável neste ponto, pois falhas técnicas grosseiras podem estigmatizar o artista. Sempre que vejo nossos vídeos de ensaios e shows dou um pitaco naquilo que pode e deve melhorar, assim como também nas autocríticas necessárias.
2112. O cenário do blues desde o surgimento de André Christovam, Blues Etílicos, Celso Blues Boy entre tantos outros grupos e artistas solo melhorou muito... O que vocês têm ouvido de bacana nos blues brasileiro?   

Alexandre Leite. Temos um enorme apreço e respeito por renomados artistas do Blues como o monstruoso Álamo Leal, a Cláudia Sette, Big Gilson, Maurício Sahady, Edu Strada, dentre outros. Um cara que não posso deixar de citar é o Guitarrista Arthur Menezes, o qual vem se consolidando cada vez mais na terra do Blues, e basicamente ganhou há pouco tempo o prêmio Albert King Award de melhor Guitarrista, na casa dos caras! É muita gente boa e competente no cenário!

2112. Vocês participam de jams?

Alexandre Leite. Na verdade estamos estreitando este relacionamento com outros artistas, realmente com a visão de fazer parte do cenário. Nossa intenção é ter essas parcerias, não de forma interesseira, mas sempre buscando aprender e criar um laço de amizade com o pessoal.

2112. Apesar de pouco tempo de estrada vocês foram selecionados entre várias bandas para participarem de dois festivais: o Rio Rock & Blues Festival e o Barra Blues Festival. Como aconteceu isso?

Alexandre Leite. Foi tudo na base do relacionamento mesmo e da minha “cara de pau” hahaha. Eu produzi um material de divulgação honesto e apostei em nossos vídeos dos ensaios. Creio que os produtores de ambos os eventos tenham ido com a nossa cara e nos convidado! Mas falando sério, mesmo com pouco tempo, sem nenhum público consolidado, eu primei por ter um material de divulgação muito bem pensado e o mais coerente possível, pois este cartão de visita é extremamente importante, é a primeira impressão. Realmente não existe espaço mais para amadorismo, e se posicionar de maneira profissional é o mínimo que as bandas devem fazer para serem reconhecidas e conseguirem seu espaço.

2112. Nesses dois shows vocês tocaram ao lado de grandes nomes como Álamo Leal, Sérgio Diab Stratoman, Sérgio Rocha, Victor Biglione entre outros. Ficou tenso? 

Alexandre Leite. Com sinceridade, creio que eu tenha sido o que ficou mais nervoso, visto que há muito tempo não subia num palco para me apresentar. O Marcelo, Victor e Bruno já estão mais tarimbados, pois cada um possui outras bandas e projetos. Mesmo assim, ambos os shows foram sensacionais, e a aceitação do público foi muito positiva, muito além do que imaginava. Mas te falar, cumprimentar e bater um papo com o Victor Biglione foi muito tenso! hahaha

2112. O que os fãs da banda podem esperar para este ano? Existe algum projeto de gravação de cd?

Alexandre Leite. Nossa intenção é inicialmente fazer cada vez mais shows e tornar a banda conhecida no cenário do Rio de Janeiro. Creio que a produção de um álbum é algo que exija uma maior maturidade de nossa parte, e é algo que deixaremos fluir sem pressão.

2112. Para quem não conhece o trabalho de vocês... como são os shows da banda?

Alexandre Leite. De cara destaco o Victor, com todo seu virtuosismo e técnica absurdamente apurados. Chega a ser ridículo! hahaha. Ele definitivamente elevou demais o nível da banda, exigindo de todos nós também uma busca pela excelência, fato que aos poucos vem sendo alcançado. Creio que nossa maior preocupação seja de emocionar o público com nossas interpretações, e sempre deixar tais momentos na memória das pessoas, pois as pessoas percebem quando há uma grande dose de verdade na forma em que um artista se apresenta. Algo que particularmente precisamos desenvolver é a interação com o público, mas nada melhor do que tempo de palco para fomentar isto em nós. Afinal, fizemos somente dois shows!

2112. O microfone é de vocês...

Alexandre Leite. Agradeço demais pela oportunidade de contar nossa breve história, e todo sucesso do mundo para você nessa empreitada! Por parte da banda, nossa intenção e premissa principal, com muita sinceridade, é realmente se divertir e levar nossa arte e o nome do Blues e do Rock para todos aqueles que anseiam por ouvir boa música. Aos leitores, curtam nossa página no Facebook, Instagram e o nosso canal no Facebook!

Contatos: 

Tel.: 21 986704790 - Alexandre Leite
E-mail: westsidebluesrj@gmail.com

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